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DISSOLUÇÃO FESTIVA: GERAÇÃO Z

"[...] organiza-se em espécie de quadros sucessivos, cada um com suas velocidades, suas materialidades cênicas, suas referências. A ideia de shitposting enunciada na sinopse traz consigo uma boa chave de compreensão para o trabalho. [...] A partir da merdapostagem, o Teatro da Matilha opera uma metacolagem em suas composições; explosões que giram em torno de si próprias ou chafurdam nas infinitas referências evocadas."

Amilton Azevedo sobre "Dissolução festiva: geração z"

"Dramaturgias corporais são a todo momento expostas, representadas e dissolvidas em um estado constante de vertigem, à beira da dissolução, propondo ao espectador o reconhecimento de fronteiras em desintegração: o modo
como percebemos o corpo – e o próprio mundo – talvez não seja o que ele realmente é.

Suzana Schmidt Viganó sobre "Dissolução festiva: geração z"

ESTREIA: 2019

Na imensidão dos debates virtuais e do niilismo contemporâneo, com a certeza de quem se é e com maior certeza ainda de poder ser o que quiser, no frenesi do cancelamento que transparece o prazer pelo justiçamento e várias outras coisas que esquecemos de citar - assim que surge o trabalho, levantado em 2 semanas, que inaugura o interesse de corpo, de acontecimento e de cena do Teatro da Matilha. Com influência do shitposting e do pensamento destituinte, a Dissolução festiva faz uso da linguagem performativa, junto à dança, à música e um pouco de teatro para esbarrar em questões metropolitanas e contemporâneas da geração que cresceu no mundo digital. Politizades, festeires. Com o corpo urbano, deslocado e gratuito, um grupo de intérpretes jovens se propõe ao trabalho de agrupar e ao mesmo tempo dissolver os universos de referência que tecem suas histórias.

FICHA TÉCNICA:

CONCEPÇÃO, DIREÇÃO E COREOGRAFIA: Tadzio Veiga

​PODERÃO COMPOR O ELENCO: Carol Gás, Giorgia Cirenza, Giorgia Tolaini, Iacê Andrade, Mariê Olops, Rodrigo Lopes, Tadzio Veiga e ViniTheKid

JÁ COMPUSERAM O ELENCO: Andres Mauricio, Camila Andrea, Gabriela Vinci, Henrique Lima, Hugo Leão, Júlia Sanches e Pedro Athié

​PREPARAÇÃO CORPORAL: Tadzio Veiga​

DIREÇÃO MUSICAL, COMPOSIÇÃO E OPERAÇÃO: ViniTheKid

PERFORMANCE DE ​LUZ: Giorgia Tolaini (a partir de 2021) e Bernardo Pierozan (até 2020)

​PRODUÇÃO: Giorgia Tolaini e Tadzio Veiga​​​

FOTOS DAS APRESENTAÇÕES: Kaique Bevilacqua, Kiara, Laura Rodrigues, Macarena, Paula Squaiella, Ultra Martini e elenco

AGRADECIMENTOS: Instituto de Artes da UNESP e Centro de Referência da Dança da Cidade de São Paulo

HISTÓRICO:

"Dissolução festiva: geração z" foi gerado em residência no Centro de Referência da Dança da Cidade de São Paulo, tendo se apresentado no Instituto de Artes da UNESP - Espaço de Convivência Estudantil, na Semana de Artes Cênicas, em 2019 (estreia); na Mostra20 do Centro de Referência da Dança da Cidade de São Paulo, em 2020; no Kasulo Espaço de Arte, em curta temporada, setembro de 2021; no Art8, em única apresentação, novembro de 2021; no Espaço Canto (inauguração), dentro do Festival Ensaios Perversos, dezembro de 2021.

CRÍTICAS E COMENTÁRIOS:

"Dissolução festiva organiza-se em espécie de quadros sucessivos, cada um com suas velocidades, suas materialidades cênicas, suas referências. A ideia de shitposting enunciada na sinopse traz consigo uma boa chave de compreensão para o trabalho. No que veio a se tornar uma manifestação cultural, contextos são excessivamente específicos ou absolutamente inexistentes na combinação de imagens e palavras. A partir da merdapostagem, o Teatro da Matilha opera uma metacolagem em suas composições; explosões que giram em torno de si próprias ou chafurdam nas infinitas referências evocadas."

"merdapostagem, metacolagens", por amilton azevedo no ruína acesa (24/09/2021)

"Esses jovens que expõem seus belos corpos em poses estranhas, opostas à geometria dos likes, das selfs e das lacradas, estão buscando uma falha, a fenda. Em “Dissolução festiva”, a concentração desidratada, a renúncia ao protagonismo e a deserção à posse do discurso prolongado dos aspectos formais, de ironia e avacalhação, tão caros à certa parcela dos artistas e obras dos anos 1990 e 2000. Seria uma cena mal realizada o agente patógeno contra a imunização dos setores reacionários à contundência da experiência artística?"

"Dissolução ou um Café Müller feito com Balas Fini", por Wilson Julião (27/09/2021)

"Dissolução festiva: Geração Z nos traz imagens de corpos hiperexpostos, desqualificando ou re-
qualificando imagens possivelmente eróticas, desintegrando também os símbolos: a guerra

entre gêneros utilizando como signo performático as partes do corpo; a dissolução dos gêneros
expressos nos usos das partes do corpo; os corpos em situação de risco: as quedas inusitada e o
desequilíbrio como auge de linhas dramatúrgicas [...]"

"A Dissolução festiva e o jovem corpo contemporâneo", por Suzana Schmidt Viganó (23/10/2021)

"[...] em Dissolução festiva: geração z, está posta as intenções do grupo - uma crítica severa ao corpo que se individualizou, numa estratégia histórica de supressão do cidadão, organizada pelo Estado, para torná-lo submisso ao seu comando. [...]"

Comentário de Sandro Borelli (25/10/2021)

"[...] Tudo tá cheio de fracasso, e sem necessidade de acertar. E é aí que a conversa se intensifica pra mim. Se torna um papo cheio de falhas e interpretações erradas. Amém. Que esse fracasso seja o caminho para o desvio de toda bobagem normativa sobre corpo, sexo ou sexualidade."

Comentário de André Medeiros Martins (08/11/2021)

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